quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Viagens!

Aprendi a usar o cartão no site da ryanair. Agora fodeu.
Ontem comprei uma passagem pra Barcelona. Vou com um amigo dia 13 de outubro pra lá. Compramos as duas últimas poltronas do avião.
Ai hoje fiz a festa. Como se tivesse dinheiro pra isso...Mas enfim, comprei as passagens do final do ano pra mim e pro namorado, porque fiquei com medo que aumentasse o preço. Tô eufórica e pobre agora!
Essa viagem é a realização de um sonho nosso, meu e do picorrucho, de conhecermos o mundo. Estamos mais perto! Não vejo a hora de chegar dezembro!
Até lá, passarei fome...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Virologia

Acho virologia uma das partes mais difíceis da microbiologia, assim como a maior parte das pessoas que estudam nessa área. Não conheço um meio termo para virologia: ou você ama e vira um virologista, ou você odeia. Eu odiava.
Não sei se foi porque tive aula com uma doutoranda que, sinceramente, parecia saber menos que eu do que ela tava falando ou se porque é realmente muito difícil. Fico com a primeira hipótese.
Acordei as 9h50. Dei uma entrevista pra uma tv daqui (chique) e voltei a dormir. Acordei as 14h. Almocei lasanha congelada pingo doce e fui pra tão temida aula de virologia.
Adorei.
A professora é muito legal, além de ser boa de conteúdo. Ela é bióloga - pode dizer o que for, mas os melhores professores da área de biológicas são biólogos...não sei se é porque quase morremos de tanto estudar durante a graduação e temos medo de ficarmos pobres mas, até hoje, meus bons professores foram biólogos. Os piores foram biomédicos e ecólogos.
A matéria realmente não é das mais fáceis, mas é super gostosa de estudar. Ela deu um panorama geral do que vamos estudar durante o semestre e começou o conteúdo. Não sei porque alguns professores acham que na primeira semana não se deve trabalhar conteúdo, acho folga. Vamos ter aulas no IPO - Instituto Português de Oncologia. Achei legal e bom porque é perto de casa.
Sai da aula e fui na biblioteca. Odiei as bibliotecárias. Elas ficam tirando sarro na minha cara como se eu fosse uma retardada mental e não entendesse o que elas estão falando. É a segunda vez já que fazem isso.
Fui pegar um livro, que é claro que não achei porque nem sei como procurar direito naquela biblioteca e não tem ninguém pra ajudar. Peguei o Brock, que é um livro bom, mas bem básico de microbiologia geral. Ok. Levei o livro até a bibliotecária e perguntei se precisava da carteirinha e ela começou a rir e disse que não. Não vi graça nenhuma, mas continuei lá com a minha cara de bunda pra ela. Dai ela foi fazer a minha ficha e me perguntou o curso. Eu disse. Dai ela não sabia como colocar na ficha que eu era do mestrado. Pra quem tava se achando tanto, devia ser mais competente. No final das contas fiquei como aluna ERASMUS da União Européia - apesar dos protestos da outra bibliotecária que insistia em dizer rindo que eu era Brasileira. Aprendam a fazer ficha e a ter educação!
No mas, conheci uma menina legal, a Rita. Eu tava sozinha na sala no começo da aula e ela entrou e ficou me olhando. Fingi que não era comigo e continuei olhando pro nada. No final da aula ela veio me dizer que não falou comigo porque achou que eu fosse turca - oi? - e não falava português.
Ah, outra vitória do dia foi descobrir um caminho sem uma subida gigante pra ir pra Universidade. É só reta e pela sombra, muito melhor!
No final das contas, os Portugueses são legais e bibliotecárias de qualquer lugar são arrogantes e se acham só porque podem não diminuir a sua multa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Primeiro dia de aula.

Meu dia começou conturbado. Não conturbado propriamente dito, mas sonolento. Fiquei papeando com o namorado até 5h30 da manha no skype - maravilha da comunicação - achando que só teria que acordar ao meio-dia, almoçar, tomar um banho, dar uma arrumada na casa e ir pra aula que começava as 17h.
Engano. As 9h30 meu celular toca e eu ainda meio desnorteada atendo. É a Monica. 
Monica é a moça que cuida das relações internacionais da minha Universidade. Segue o diálogo:
- Alô.
- Carolina? Bom dia! Aqui é a Monica da Universidade Católica e eu fiquei de marcar uma reunião pra você...está marcada pra hoje as 11h40!
- Tá.
Olhei pro relógio e dormi até as 10h20. Acordei mal-humorada e com muito sono e fui até a Universidade.
Chegando lá conversei uns dez minutos com uma mulher que na verdade não sei o que ela faz, e ela só perguntou quais disciplinas eu ia fazer, disse que meu semestre será muito puxado porque eu escolhi muitas matérias e disse que qualquer dúvida era pra conversar com o coordenador do mestrado. Porque eu não falei diretamente com o coordenador do meu mestrado eu não sei. Mas ok. 
Passei no shopping, comprei um almoço que na placa dizia 3 EUR e no final paguei 5,75 EUR. Tava com tanto sono que nem discuti. Vim pra casa, comi e dormi.
Fui pra aula.
Cheguei lá mais perdida que tudo e fui atras da Monica pra ela me dizer onde é que eu tinha aula - porque eu esqueci meu horário. Ela me levou lá e...um conhecido! Na verdade conhecido assim, mais ou menos. Nos conhecemos tirando o visto em Curitiba, ele disse que viria pra cá e eu também e só. Mas foi bom ver um rosto familiar. 
No programa estava escrito que a aula seria de Micologia e Protozoologia, mas no fim das contas é Parasitologia. Acho que eu esperava mais. Tive parasitologia este ano na UEL e achei aqui meio básico demais. Não sei se era vergonha ou falta de conhecimento, mas quando o professor perguntou o que era um anticorpo ninguém respondeu. Dai ele perguntou o que era um agente etiológico e nada...fiquei meio olhando pra ver se alguém fazia uma cara de eu sei mas tenho vergonha, mas fizeram cara de o que é isso. Achei interessante quando o professor disse que não estudaríamos T. cruzi...Por não ser um parasita comum nesta região, eles não dão tanta importância. Meu primeiro estágio foi com T. cruzi e achei interessante o fato da regionalização das patologias, faz sentido. Bom, fico aguardando os próximos capítulos.
Ai me perdi. Não tinha nem ideia da onde era minha aula e ninguém da sala que eu estava fazia essa disciplina. Fiquei andando feito boba um por tempo, até que um pessoal me ajudou e eu cheguei uns dez minutos atrasada. Entrei na sala e já não gostei da carteira. Mas de cadeira ruim eu entendo, afinal quatro anos sentando naquelas cadeiras da UEL me ensinaram mais que só biologia. A aula foi só uma apresentação do que será o semestre, mas senti que o professor é muito bom e sabe do que tá falando. Gostei dele. A disciplina é Análise instrumental e automação laboratorial, tipo uma química analítica mais avançada e mais difícil. Gostei.
No final das contas, acho que foi legal. Professores que parecem bons, um deles ainda vai ter que me convencer que realmente é bom, mas é no geral foi interessante. 
Voltei pra casa correndo - mania de brasileira com medo de ser assaltada -, e percebi duas coisas: primeiro o cheiro das árvores aqui é delicioso e segundo, preciso de um tênis novo. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Ribeira

Minha dica é: conheça a Ribeira!
É lindíssima, a vista de lá é algo espetacular! Já tinha ido lá uma vez, mas não fui por cima da ponte. Se você for de metro, desça na estação jardim do morro. Você vai passar, ainda dentro do metro, em uma ponte com uma vista incrível! Depois da pra andar a pé por lá e tirar várias fotos...é um lugar bem lindo mesmo.
Fui com uma amiga até lá e passamos o final da tarde e a noite lá...

Leve uma blusa de frio, por mais calor que esteja quando você sair de casa. Aqui parece que você vai morrer de calor a tarde e a noite é um puta frio! Leve blusa, pra todos os lugares. 
Comemos em um restaurante na Ribeira, Chez Lapin, uma delícia. 
Quem me conhece sabe que eu detesto bacalhau, mas o daqui....simplesmente é outra coisa! Não pode ser bacalhau aquela coisa maravilhosa! Comemos bolinho de bacalhau de entrada, muito muito muito bom. Para o prato principal pedimos bacalhau com natas e gamba - que aqui é camarão - e um vinho do Porto. 
De comer e pedir mais e mais! E tudo isso - e ainda ganhamos mais uma taça de vinho - por 31 EUR. 
Pelo tanto que eu comi e pela delicia que é o lugar e a comida, achei barato. Claro que se você fizer a conversão em reais, não fica barato. Mas onde você come um bacalhau no Brasil por esse preço? Porque dessa qualidade não tem. 
Bom, amanhã é o meu primeiro dia de aula e minhas aulas começam as 15h. Tô vendo que vou voltar muito mal acostumada pro Brasil. 

Sábado a noite

Bom, o que pode parecer simples e fácil não é tão simples quanto parece quando você sai com pessoas desconhecidas. Ontem a noite estava tendo um festival de música em Porto, D'bandada ou algo do tipo, e lá fui eu com toda a minha falta de animação para lugares cheios. Ok. Encontramos uns amigos de uma amiga no metro e lá fomos nós para toda a diversão.
Primeiro que o festival era num lugar maravilhoso, no centro de Porto. Ponto pra eles.
O primeiro lugar que fomos estava tocando um reggae - google disse que escreve assim - tinha bastante gente e não era a pior coisa do mundo. Tinha chopp a 1 EUR, tava quente mas ok.
Depois fomos há uma praça linda e estava tocando uma banda que eu não sei qual é, mas com uma música muito legal, tipo um popzinho regional, bem legal! Mas as pessoas que estavam comigo odiaram e queriam ir num lugar que tinha DJ - que???? - e eles nem sabiam onde era esse lugar.
Já fiz minha cara de bunda e fomos lá procurar aquela música ótima que toca em qualquer lugar do mundo. Quando achamos, ficamos parados em um círculo um olhando pra cara do outro. Eu tava odiando muito, mas ao mesmo tempo gostando de ver como a cultura aqui é diferente, as roupas, as pessoas. As festas não são dentro de bares, são nas ruas. E as ruas aqui são lindas! Então fica tudo lindo. As pessoas aqui fumam o tempo todo. Ponto negativo.
Enfim, quando finalmente chegamos onde eles queriam ir a noite toda, fomos embora. Porque a festa "era ao ar livre, estava uma bosta e não era igual ao Brasil.". Odiei eles mais ainda.
Mas gostei da noite Portuguesa. Pessoas bonitas, bem arrumadas mas sem aquela cara de bem arrumado jacu Brasileiro que vai pra 2800 e acha que é rei, e lugares lindos.
No final das contas, os Brasileiros estragaram a linda noite Portuguesa.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

As duas malas...

Logo que descobri que vinha para Porto - quando me inscrevi para a Universidade Católica Portuguesa achei que meu campus era em Lisboa, só descobri que era em Porto quando saiu o resultado - comecei a acompanhar um blog, o blog da Mariana, que também mora em Porto há algum tempo, e alguns outros blogs de pessoas que moravam em Portugal. Todos os blogs, todas as pessoas que eu conheço me diziam: "Carol, leve uma mala só!". Mas sou teimosa e muito apegada as minhas coisas, trouxe duas malas cheias. Me sentindo uma babaca por ter trazido tantas coisas, mas vim com as minhas malinhas cheias.
Sai de Londrina, fui para São Paulo, para Madrid, e finalmente Porto! Sai de Londrina dia 04 de setembro as 5h15 e cheguei no Porto dia 05 de setembro ao 12h. Depois de muitas horas esperando em São Paulo e mais muitas horas esperando em Madrid, só queria chegar ao hostel, tomar um banho e dormir um pouco. Desci do avião e fui pegar minhas malas. Depois de um tempo vejo uma das minhas malas lá, toda bonitinha e com as fitinhas que coloquei para conseguir vê-la de longe. Mas e a outra? Esperei, esperei, esperei...e nada. Minha mala não chegou.
Já estava triste, cansada e agora sem uma mala. E ainda a mala que tinha tudo de importante...calça, tênis, calcinhas, meias, camisetas, casacos. Abri uma ficha de reclamação, não tinham idéia de onde minha mala estava e eu, sinceramente, só queria dormir um pouco. Fui pro hostel - a pousada da juventude, super recomendo! - e dormi um pouco. Na mala que estava comigo tinha uma calça, um shorts, algumas blusinhas e shampoo, condicionador e remédios. A noite chegaram mais umas meninas que também vieram ao Porto pelo mesmo programa que eu vim, e fomos comprar um telemóvel. Dois dias depois, sem notícias da minha mala e depois de ligar várias vezes na Ibéria e ser extremamente mal atendida - disseram que como eu iria ficar em Portugal um ano não era pra eu ter tanta pressa, COMOASSIM? - acionei o seguro que fiz no Brasil. Ontem, dia 12 de setembro, vieram entregar a minha mala em casa. Vou colocar uma foto para ninguém dizer que é mentira...

Assim minha mala, que era nova e de rodinhas, chegou na minha casa. Minha vontade era de ligar pra Ibéria e perguntar porque eles fazem isso. A mala esta simplesmente destruída. Fui a Ibéria hoje e a moça que me atendeu - diga-se de passagem que esta moça era da TAP - disse que a responsabilidade não era deles. Falei que era sim, porque entreguei minha mala a eles e ela estava nova. Ai ela abriu uma ficha de reclamação e começou a me perguntar há quanto tempo eu tinha a mala...como se alguém conseguisse destruir uma mala assim em uma vida de uso. Sai de lá mais brava do que cheguei, sem conseguir resolver muita coisa. A outra mala chegou com a rodinha quebrada, mas a moça disse que como eu não reclamei na hora, não podia mais reclamar. Fiz ela escrever isso na ficha de reclamação também. Ela me deu um telefone da Ibéria que eu nunca consigo falar e que ainda não é 0800. Não sei se em Portugal tem 0800 ou algo parecido, mas acho um absurdo uma companhia aérea destruir assim minha mala e eu ainda ter que pagar pra ligar reclamando!
Ainda não consegui falar com ninguém, vamos ver no que dá...
E ainda bem que eu teimei e trouxe minhas duas malinhas!

Como eu vim parar aqui?

Pois é, as vezes também me faço essa pergunta...Em maio deste ano me inscrevi em um programa do Governo Brasileiro chamado Ciência sem Fronteiras. É um programa de graduação sanduíche e podíamos escolher o país que gostaríamos de nos candidatar. Eu e meu namorado escolhemos Portugal. Eu fui aprovada, ele não. Acho que nunca senti uma dor tão grande como a que senti ao deixar ele no aeroporto. Foi uma dor física sabe? Queria me entupir de buscopan pra ver se passava...
Demoramos muito para perceber que eu estava indo embora. Só conseguimos perceber o que estava acontecendo na noite anterior a minha viagem. Com a correria de comprar passagens, fazer seguro, tirar visto, buscar visto...não tivemos tempo de perceber o tamanho da saudade que iriamos sentir.
Os dois primeiros dias foram os piores...chorei tanto que eu achei que fosse morrer desidratada. Minha vontade era de largar tudo, voltar para o Brasil e ver meu namorado. Sou dessas namoradas que não fica um dia sem ver o namorado...ou era. Não vou mentir, sinto muita saudade da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos...mas moro sozinha há três anos e estou acostumada a vê-los com menor frequência. Mas ficar sem meu namorado tem sido um desafio diário. Tenho dias bons e dias em que a saudade é tão grande que quero só ficar quietinha.
Eu e o Renato - meu namorado - gostamos bastante de viajar e ele é meu parceiro em tudo! Ele cuida de mim, me faz café da manhã, faz os roteiros das nossas viagens...Aqui é muito estranho sair para conhecer um lugar sem ele ter programado, sem ele brigar comigo por estar acordando tarde...
No segundo dia aqui desci para tomar café no hostel que estava hospedada e comecei a chorar...não sei a quanto tempo não tomo um café da manhã sem ele comigo. Mas agora estou melhor - ou as lágrimas acabaram? - e me adaptando a esta nova realidade cheia de saudade.